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No El Tiempo da Colômbia, parcerias são a chave

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No El Tiempo da Colômbia, parcerias são a chave

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Jon Ruiz é o CEO da Casa Editorial El Tiempo, editor do maior jornal diário da Colômbia e muitas outras publicações. Ele entrou na empresa em 2004 após cinco anos com a Unilever e 15 anos na Philip Morris.

Jon Ruiz, CEO da Casa Editorial El Tiempo da Colômbia, será um dos principais palestrantes na conferência Digital Media América Latina 2013 da WAN-IFRA

Jon Ruiz, CEO da Casa Editorial El Tiempo da Colômbia, será um dos principais palestrantes na conferência Digital Media América Latina 2013.

Nos dias 30 e 31 de outubro, nós teremos uma importante palestra na Digital Media América Latina da WAN-IFRA em Bogotá. Nós falamos com ele antes da conferência para ter uma noção dos desafios enfrentados por bem sucedido editor da América Lantina na era da internet.

WAN-IFRA: Qual a posição  do El Tiempo no mercado e na sociedade da Colômbia?

Jon Ruiz: A casa editorial El Tiempo é proprietária não somente do jornal de interesse geral El Tiempo mas também de um jornal de baixo custo, do jornal financeiro líder de mercado, do jornal gratuito líder de mercado e revistas. (...) Não somos o jornal mais antigo do país, apesar do fato de ser publicado há 103 anos. El Tiempo é referência em negócios e política na Colômbia nos últimos 20 anos, pelo menos. Em termos de fatia de mercado, nós temos mais da metade do mercado e competimos com outro jornal nacional e com os jornais regionais.

O que isso tem representado no passado na Colômbia, um país com tantos conflitos em termos de drogas e guerrilhas e paramilitares e etc. é defender as instituições - criticando políticos onde é necessário mas sempre apoiando as instituições e ajudando o país a resolver seus problemas e olhar para frente.

WAN-IFRA: Qual é a circulação atual do El Tiempo?

Jon Ruiz: Uma média de 225 mil exemplares de segunda a sábado. Nós temos mais força no domingo; é um grande dia para nós, e pode chegar a 401 mil. (...) O EGM de leitores é de 1,1 milhão em dias de semana e até 1,9 milhão nos domingos.

A Casa Editorial El Tiempo também inclui o Portafolio, que é o jornal financeiro líder de mercado, e o ADN, que é o primeiro jornal gratuito, lançado há quatro anos na Colômbia. Nós somos os segundos no mercado em jornais de baixo custo, que nós chamamos de jornais populares (...). Nós temos muitas revistas que circulam com o El Tiempo, tanto para vendas de rua como para assinantes. E temos algumas revistas independentes como a franquia espanhola ¡Hola! Nós temos uma revista feminina, uma revista masculina, e uma revista de bebês e crianças também.

Além dos negócios impressos, que hoje representam a maioria dos nossos negócios, temos uma grande rede de portais que atingem mais de 21 milhões de usuários ao mês, o que nos coloca como referência na internet. Esses portais não são somente informacionais, temos também um conjunto de portais transacionais e verticais que exploram a audiência digital, para não depender somente de publicidade.

WAN-IFRA: Você quer dizer portais de classificados?

Jon Ruiz: Sim, mas não são todos de classificados; também temos portais de e-commerce. Temos alguns portais de classificados, que são um reflexo do impresso. Mas, por exemplo, nos portais imobiliários e de emprego nós não usamos o modelo típico de negócios com publicidade em troca de audiência, ou audiência em troca de publicidade, mas temos um modelo baseado em assinaturas para negócios imobiliários e empregos, que é um modelo muito saudável em termos financeiros.

E além de digital e impresso, nós temos uma rede de TV local em Bogotá, que é a número três na cidade e obviamente compete com os dois canais nacionais. (...) Somos muito diversificados e eu aguardo por qualquer oportunidade de negócios em mídia que tenha potencial.

WAN-IFRA: What have been your most recent acquisitions or divestitures? Quais foram as suas últimas aquisições ou vendas?

Jon Ruiz: O último passo foi uma franquia, a rede de TV. Isso já faz 10 anos. El Tiempo não é muito interessado na aquisição de negócios. Primeiro porque nosso tamanho comparado aos nossos competidores é tão grande que há oportunidades demais no negócio tradicional, quero dizer, nos negócios impressos e digitais. Nós normalmente temos um crescimento orgânico. (...)

Do lado do marketing, nossa especialidade é gerenciar audiências. Então, nós não começamos desenvolvendo, digamos, plataformas e-commerce. O que nós normalmente fazemos é procurar o parceiro certo no mercado e decidimos por uma abordagem de compartilhamento de receita, o que diminui dramaticamente o tempo para comercializar e obviamente ajuda muito na curva de aprendizagem, porque você faz um acordo com pessoas que conhecem o negócio melhor do que você. Por isso não somos muito interessados em aquisições de negócios (...). Mas somos flexíveis para negociar negócios com pessoas que são especialistas em áreas que não somos, mas que são complementares aos nossos negócios.

WAN-IFRA: Então a rede de TV é uma parceria?

Jon Ruiz: Não, nesse caso é uma franquia que compramos de uma empresa canadense. O nome da operação de TV é Citytv, que é uma franquia internacional, então temos os direitos da marca. Obviamente, sendo uma franquia, temos que preencher certas exigências, mas temos 100% da propriedade.

WAN-IFRA: Os jornais da América Latina estão começando a experenciar alguns dos problemas que os jornais dos Estados Unidos têm tido - as receitas com circulação e publicidade estão começando a cair muito?

Jon Ruiz: Eu diria que sim. Ainda não é dramático, como é nos EUA e em outros países. Mas estamos começando a ver alguns sinais nessa direção, e ainda sim, faz sentido. O site do El Tiempo é gratuito por enquanto. Agora, Colômbia está fazendo um enorme esforço para aumentar a penetração da internet na população, e obviamente quando você consegue acessar mais ou menos a mesma informação - ao menos a mesma qualidade de informação - ou mesmo o mesmo tipo de informação, como as páginas de opinião, os editoriais, os colunistas e etc. e você acessa de graça (...) a pressão para não renovar a assinatura do jornal impresso é enorme, e faz muito sentido. Essa é uma decisão racional.

Nós temos sorte na América Latina porque nós tivemos a chance de ver o que está acontecendo e como a internet está evoluindo e corroendo o negócio impresso em outros países, então podemos nos preparar muito melhor com antecedência, para não sofrer tanto quanto outros grupos de mídia em outros países. Mas sim, hoje estamos começando a ver - não é algo preocupante por enquanto - mas vemos todos os dias, vender uma assinatura se torna mais difícil, e você precisa insistir com brindes ou outro valor agregado, e todos os dias você vê que precisa investir um pouco mais para conseguir manter o mesmo número de assinantes.

Eu vejo que a sua pergunta está insinuando conteúdo pago, e essa é uma estratégia que estamos buscando, e achamos que faz muito sentido.

WAN-IFRA: Então você está observando essa estratégia, mas você não tem planos de começar a cobrar por acesso ao eltiempo.com ou a qualquer outro dos seus sites?

Jon Ruiz: Sim, nós temos um plano muito completo e muito intenso. Não tenho certeza se irá ser lançado no final do ano ou no início do ano que vem - houve alguns atrasos técnicos. Mas estamos interessados no modelo de métrica que o New York Times lançou, o qual nós acreditamos que, no fim, faz sentido. (...) Eu não sei se serão 20 ou 25 artigos, mas com artigos suficientes para que a maioria das pessoas ainda visite o site de graça, e somente heavy users (usuários intensos), que demonstram interesse mais profundo no nosso conteúdo terão que pagar. A exceção é que se você for assinante do jornal impresso, você recebe acesso digital total gratuitamente. (...)

Eu acredito que o New York Times acertou - ao menos fez melhor que outros grupos de mídia. Eu não definiria como a solução perfeita, mas eu acho que é uma solução muito inteligente e faz muito sentido.

WAN-IFRA: Que atividades você tem para plataforma móvel? Como você vê seu desenvolvimento, e como você acha que pode ganhar dinheiro com elas?

Jon Ruiz: Essa é uma ótima pergunta, porque a plataforma móvel tem a limitação do tamanho da tela, então o modelo de publicidade é bem limitado. Você deve incorporá-lo, eu acho, na estratégia digital como um todo, com um paywall (acesso pago). Nesse caso funciona, mas é mais uma extensão da web que pode dar flashes de notícias, mas nada muito aprofundado. No geral, estamos tentando encontrar a melhor maneira de usar o potencial máximo de cada dispositivo em termos do tamanho de suas telas.

Estou bastante relutante em acreditar que teremos receita de mobile por meio do modelo de publicidade, novamente porque não há muito espaço para exibir publicidade, e as pessoas não estão interessadas, quando estão caminhando na rua, em ver banners ocupando metade da tela de seus celulares. O que nós estamos procurando é usar a plataforma móvel como uma extensão do que oferecemos na web, e não um negócio a parte.

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Rodrigo Bonilla

Date

2013-09-04 20:27

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30 Oct 2013 - 31 Oct 2013

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